A real nightmare
POV Justin
- Porra Ryan me deixa em paz!! - gritei mais que nervoso.
- Só não faça merda cara. - ele deixou a minha garrafa em cima da mesa do escritório onde me encontrava em um estado deplorável e saiu pela a porta me deixando com o seu olhar de pena sobre mim.
Eu não queria acreditar que havia a perdido, queria apenas ir até o seu apartamento e ser recebido pelo o seu jeito caloroso. A gente ficaria juntos pelo o resto da noite como se nada tivesse acontecido. Seria apenas Alicia e Justin o casal apaixonado. Como eu pude ser estúpido a esse ponto? Eu a amo e a deixei ir. Preferi me afogar nas bebidas do que ir atrás dela. Essa escolha me pareceu inteligente quando estava com a ideia de que ela estava de cabeça quente a amanha nos resolveríamos e voltaríamos ao nosso castelo viver nosso lindo conto de fadas.
Porra Justin!
Peguei novamente a garrafa enchendo meu copo e bebendo tudo de uma vez. Quanto mais minha garganta ardia, mas eu era masoquista em tomar uma um copo. Meu objetivo era me entorpecer na dor pra ver se o que eu sentia em meu coração amenizava, mas parecia impossível. Era como comparar uma facada com uma picada.
Empurrei as coisas a minha frente em cima da mesa e passei a encarar meu celular. Será que devia ligar pra ela? Não, do jeito que ela é, provavelmente irá me ignorar ou se atender irá jogar verdades na minha cara. Por que era tão difícil ficar sem ela? Não satisfeito em fazer sua cidade escurecer, acabei escurecendo a minha.
POV Alicia.
Não tinha mais volta, eu já tinha tocado a campainha, por mais que esteja nervosa agora, meu pés eram fixos no chão me impedindo de sair dali correndo como eu queria fazer naquele momento.
Um "Já vai" vindo do outro lado da porta chamou minha atenção. Ele deveria está dormindo. Ele abriu a porta e me olhou. Seus cabelos estava desgrenhados, sua vestimento se baseava em apenas uma samba canção azul acinzentado. Seu abdômen pra fora tirava qualquer pessoa do foco. Se não estivesse ali com um objetivo de me desculpar com ele, provavelmente já teria me atirado em seus braços. Ele era lindo!
- Ok, você veio até aqui a essa hora pra ficar me olhando? - ele me despertou.
- Eu preciso falar com você. - minha voz estava trêmula.
- Entra aí. - sua voz era um pouco rude deixando transparecer sua mágoa por mim. - Eu tenho raiva de você, mas me sinto necessitado de perguntar o por quê de sua maquiagem toda borrada e sua cara toda inchada.
- É sobre isso que quero falar com você.
- Diga. - ele se sentou e eu fiz o mesmo, me sentando em sua frente.
- Me desculpa David, me perdoe por tudo, você é perfeito, é bom demais pra mim e... - as palavras saiam como metralha, estava me humilhando em sua frente. Ele me interrompeu.
- Ei, ei ei ei ei. - ele veio até mim e me abraçou. - O que houve Alicia?
- Eu fiz a maior merda da minha vida, e me sinto como um lixo.
- O que aconteceu? O que você fez? - ele começou a ficar visivelmente preocupado.
- Sabe aquele cara? Que disse me amar, o do teatro? - ele assentiu com raiva em seu olhar. - então, ele é um merda. Ele e dono de uma boate. - comecei a liberar minhas lágrimas.
- Não chora, não chora. - ele me abraçou.
- Me perdoa, por favor! - supliquei
- Claro que sim, ta tudo bem. - ele afagava meus cabelos.
- É melhor eu ir.
- De jeito nenhum, sem condições, hoje você dorme aqui. Eu arrumo um quarto pra você lá em cima.
- Não David, magina, eu... - ele me calou.
- Vem, eu vou te ajudar.
Hoje tive certeza que David era um cara incrível. Só me fazia me sentir mais idiota de ter feito uma sacanagem daquelas com ele. Definitivamente ele não merecia. Depois de tudo estávamos bem. David me levou a um quarto de hóspedes e me hospedou ali devidamente e com bastante conforto. Roupas que era da sua irmã, cobertores e travesseiros bastante fofos e além disso, o mesmo fez questão de ficar comigo até pegar no sono.
[...]
Quando acordei com pequenos raios de sol adentrando o quarto fui tomada por uma preguiça enorme. Não me mexi um milímetro. Apenas fechei os olhos e respirei fundo. Então aquilo tinha sido real. Justin é realmente um canalha e eu sou realmente uma grande e verdadeira idiota. Não consigo aceitar minha tamanha estupidez.
A porta do quarto abriu lentamente. Olhei em direção a mesma e não acreditei no que vi. Ele era realmente real?
- Eu durmo na sua casa, te dou trabalho, te acordo de madrugada e você ainda me trás isso? - olhava admirada para a bandeja que se repousava em cima da cama.
- Apenas um Bom dia especial. - ele sorriu
- Muito especial. - sorri. - Obrigada, de verdade.
- Não foi nada. - ele sorriu calorosamente olhando em meus olhos.
[...]
Hoje era segunda. Estava indo pra faculdade. Meu final de semana tinha se resumido naquilo David começou a me paparicar demais e consegui contar toda a história que me atormentou. Ele não acreditava. Bem, imagine eu.
Estava disposta a mudar tudo. Iria fazer algo que teria de ter coragem. Mia já estava ciente e apesar de não gostar muito da novidade me apoiou no que eu precisar. Eu não iria me afastar dela. Ela é minha irmã. Respirei fundo pensando no que era certo a se fazer e aquela me pareceu a melhor opção novamente.
Quando estacionei meu carro na vaga de sempre observei a Ferrari conhecida ao meu lado. Revirei os olhos para esse detalhe e peguei minha bolsa e fechei meu carro indo tomar meu rumo. Fui para secretária começar minha decisão.
Seu cheiro invadiu o local, era impossível de não reconhecer aquele perfume que me deixava completamente louca e a sua mercê. Creio que foi de propósito. Sua voz rouca e suave soou no local educadamente cumprimentando a todos na sala presentes. Justin passou por mim deixando seu cheiro entorpecedor entrar em minhas narinas e involuntariamente me domar.
- Eu preciso falar com você. - sua voz sussurrou em meu ouvido discretamente.
- Estou ocupada, não percebe? - falei grossa sem olha-lo. Acredita que se ver seus olhos novamente não daria conta de mim.
- O que está fazendo?
- Não te interessa. - continuei do mesmo jeito.
- Aqui seus papéis da transferência de unidade, preencha esse formulário. - a jovem secretária respondeu sua pergunta sem querer. Tentei levar aquilo em vão mais Justin me virou pra ele com um rosto confuso.
- Você pediu transferência? - ele me olhava enquanto fugia de seus olhos olhando pros papéis em minha mão.
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